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Discurso de Helga Zepp LaRouche no Diálogo de Raisina, Nova Deli, Índia, 2 de Março de 2016

Zepp-LaRouche ministra palestra
em conferência de alto nível na Índia

8 de março – Por aproximadamente três décadas, a fundadora do Instituto Schiller, Helga Zepp-LaRouche, tem defendido de forma pioneira mundo afora a política da Ponte Terrestre Euroasiática, criada junto ao seu marido Lyndon LaRouche. Suas múltiplas viagens à China como representante dessa política durante a década de 1990 lhe valeram a alcunha de “Dona Rota da Seda”.

Recentemente, a adoção dessa política pela China do presidente Xi Jinping, em 2013, sob o nome de “Faixa Econômica da Rota da Seda” e a “Rota da Seda Marítima”, marcou uma virada na história mundial. Tal reviravolta foi posteriormente consolidada pelas decisões de longo alcance feitas pelas nações BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Su) em seu encontro no Brasil, em 2014, e seus desenvolvimentos subseqüentes.

Do dia 1 a 3 de março, a senhora Zepp-LaRouche foi uma destacada palestrante e participante do “Diálogo de Raisina”, em Nova Deli, convidada pelo Ministro das Relações Exteriores indiano e pela Fundação de Pesquisa e Observação (FPO), no primeiro encontro de futuras reuniões anuais. Essa conferência, com mais de 600 convidados de mais de 100 diferentes nações, teve como foco a conectividade física, econômica, humana e digital da Ásia, assim como as necessárias parcerias internacionais para eficazmente estar a altura dos desafios desse século.

Entre os palestrantes estavam importantes políticos e formadores de opinião, incluindo membros de ministérios de vários governos, funcionários estatais de alto nível, e políticos profissionais e personalidades de destaque no ramo da indústria e do comércio, e membros da comunidade estratégica, da mídia e da academia. Entre os primeiros palestrantes estavam os Ministros das Relações Exteriores de Bangladesh e Índia, Abdul Hassan Mahmood Ali e Sushma Swaraj; e vários ex-presidentes: Hamid Karzai, do Afganistão, Chandrika Bandaranaike Kumaratunga, de Sri Lanka, e Sir James Mancham, presidente fundador do Seychelles. Também palestrou na conferência o Secretário de Relações Exteriores indiano, S. Jaishankar e muitos outros ministros indianos, assim como o ex-ministro das relações exteriores chinês, Li Zhaoxing. Entre outros palestrantes estavam Ding Guorong, vice-presidente do Fundo para a Rota da Seda, assim como muitos outros políticos e profissionais.

A Sra. Zepp-LaRouche inaugurou o primeiro painel. Escolheu como seu tema, a necessidade urgente da extensão da Nova Rota da Seda para o Oriente Médio, no intuito de garantir o processo de paz expresso em 27 de fevereiro com a “cessação de hostilidades” na Síria. Sua mensagem foi muito bem recebida. Ouvintes vieram pessoalmente apoiar o que ela disse, incluindo suas intervenções em outros painéis. Por ter sido esta sua primeira viagem a India desde 2008, inúmeros indianos vieram abordá-la calorosamente, saudando-a com boas vindas.

O pano de fundo da missão de março de Helga na Índia são os esforços dos agentes do Império Britânico em Washington e na União Européia no intuito de fragmentar os BRICS, incluindo a retirada da Índia dos países-membro. Isso inclui os esforços de levar ao impeachment Dilma Rousseff, assim como os esforços de Obama de retirar Jacob Zuma do governo da África do Sul, que o Presidente Zuma denunciou como outra operação de “mudança de regime” vinda de Washington. Entre outras pessoas que tentam separar a Índia da China e das outras nações BRICS, esteve o almirante americano Harry Harris, comandante do Comando do Pacífico, que também foi um palestrante do Diálogo de Raisina.


Helga Zepp-LaRouche: Muito obrigado. Gostaria de agradecer aos organizadores desse muito ilustre fórum por ter me dado a oportunidade de falar. Porque eu penso que muitas pessoas sabem que a humanidade passa por uma de suas mais severas crises, e que talvez seja a mais importante crise em toda nossa história. A situação estratégica é descrita por muitos analistas como mais perigosa do que no auge da Guerra Fria, quando da Crise dos Mísseis, em Cuba. O sistema financeiro transatlântico se prepara para uma nova crise, pior do que a de 2008. E a crise dos refugiados na Europa realmente não é apenas uma tremenda crise humanitária, mas está para fazer explodir a União Europeia.

A Crise, os BRICS, e a Nova Rota da Seda

Agora, a questão é se, como uma civilização humana, seremos capazes de mudar as políticas erradas que nos levaram a essa crise, ou se estamos condenados a repetir os erros que nos levaram, graças à geopolítica, a duas guerras mundiais no século XX? Mas, felizmente, nós também estamos assistindo ao nascimento de um paradigma completamente novo. Sob a liderança dos países BRICS, um conjunto completamente novo de nações está desenvolvendo, cooperação econômica baseada no interesse mútuo, e colaboração em áreas de alta tecnologia, orientadas para o futuro, como a fusão termonuclear, a pesquisa espacial, e portanto um entendimento mais profundo dos princípios físicos de nosso universo.

O programa chinês da Nova Rota da Seda, "Uma rota, uma estrada", está oferecendo o milagre econômico chinês a todo país que queira cooperar nessa perspectiva de benefício mútuo. 65 Estados já estão participando desse novo modelo de cooperação, e esse é o processo de superação da geopolítica, e com isso, a fonte das guerras, potencialmente para sempre.

O novo acordo entre o secretário de Estado dos EU, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, sobre o cessar-fogo na Síria, é potencialmente uma virada de mesa para toda a situação estratégica, contanto que Rússia, China e Índia, principalmente, cooperem de imediato com os países do sudoeste asiático para implantar um grande programa de reconstrução, não só com os países devastados pela guerra - Síria, Líbia e Afeganistão - mas para toda a região, do Afeganistão ao Mediterrâneo, do Cáucaso ao Golfo Pérsico. E com a viagem do presidente Xi Jinping para a região, ao Irã, Egito e Arábia Saudita, a extensão da Rota da Seda está agora sobre a mesa.

O Instituto Schiller publicou um estudo de 370 páginas intitulado "A Nova Rota da Seda se torna a Ponte Terrestre Mundial", que também já está disponível em chinês, árabe, e brevemente em coreano, que é um modelo para uma profunda reconstrução de toda a economia mundial. Ele propõe um plano muito concreto para o sudoeste asiático. Então, essa região entre a Ásia, Europa e África tem um enorme potencial de desenvolvimento, com grandes recursos naturais e humanos, e tem uma localização única.

A estratégia dos Cinco Mares apresentada em 2005 pelo presidente Assad ainda pode ser um ponto de referência para uma rede de infraestrutura entre os mares Mediterrânico e Índico, o Mar Vermelho, o Mar Cáspio e o Mar Negro, fazendo dessa região potencialmente um eixo de prosperidade para o largo incremento do comércio entre a Ásia, Europa e a África.

Dois Grandiosos Corredores de Desenvolvimento

Dois grandiosos corredores de desenvolvimento, um leste-oeste e outro norte-sul, não irão somente incluir sistemas integrados de trens de alta velocidade, autoestradas, oleodutos, projetos hídricos, indústrias e agricultura. Com tecnologias modernas, como energia nuclear para a dessalinização de grandes quantidades de águas salgadas e a ionização da umidade atmosférica, e a ionização da umidade atmosférica, e reconquistar largas áreas desérticas para a agricultura e a habitação humana.

A Nova Rota da Seda, que já se estende de Chongqing e Yiwu ao Teerã, onde o primeiro trem da Rota da Seda chegou três semanas atrás, pode ser estendida dali a partir de Bagdá, Amman, Aqaba, e então continuar através de um túnel até Sharm el-Sheikh, no sudoeste asiático, até o Cairo. A rota atravessa o rio Eufrates, onde antigas rotas de viagem podem se transformar em modernos corredores, do porto de Basra, no Iraque, no Golfo Pérsico até o noroeste, em Alepo. Ferrovias existentes ao longo do Eufrates, no Iraque, e uma ferrovia entre Alepo e Deir ez-Zor, no Eufrates no leste da Síria, devem ser modernizadas e uma nova linha dali até Bagdá deve ser construída, conectando as artérias principais da Rota da Seda.

Repito, esse novo corredor não deve ser apenas de ferrovias, mas deve integrar transporte, produção de energia, distribuição, comunicações, e criar condições que determinem onde estabelecer o desenvolvimento industrial e de novas cidades.

O Papel da Índia

Uma rota terrestre para a Índia, conectando a rede ferroviária iraniana até o Zahedan, na fronteira Irã-Paquistão, está com seu término agendado. Outras linhas, em curto espaço de tempo: de Deir ez-Zor para Tadmor-Palmira, até Damasco e Beirute; uma ligação norte-sul da Síria até as zonas industriais do Canal de Suez; uma ferrovia norte-sul de Damasco até Meca e Medina; um túnel sob o Estreito de Bab el Mandeb, de Djibouti até a Península Arábica, e ligações até a Europa, o Mar Negro e a Rússia.

A Índia tem boas relações com praticamente todos os países da região e já foi urgida pela Rússia e pela China a exercer um papel de mediador em tal perspectiva emergente. Como o primeiro-ministro Modi disse, 65% da população indiana tem menos de 35 anos de idade, e esse é o maior ativo do país. A esses jovens deve não só ser dada a visão para ajudar a aumentar a produtividade da agricultura indiana através do uso de energia, água, fertilizantes, grande variedade de grãos, para que o número de trabalhadores do campo possa ser cortado pela metade e que a terra possa ser utilizada para a construção de infraestrutura. Mas a juventude indiana pode também ser inspirada a ter isso como sua própria missão, participar da transformação econômica do sudoeste asiático e da África, e nesse caminho, ser parte da criação do futuro de toda a humanidade. A realização de tal perspectiva de desenvolvimento é o único caminho para acabar com a crise dos refugiados e reviver a economia da Europa e dos Estados Unidos e desenvolver toda a Ásia.

 

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